A Polícia Civil esclareceu na manhã desta sexta-feira (14) os detalhes sobre o ataque a creche em Saudades, no Oeste Catarinense, que resultou na morte de duas mulheres e três crianças na última semana. Conforme o delegado Jerônimo Marçal Ferreira, todo o crime foi premeditado.
Conforme as investigações, o autor do ataque tinha dificuldades em se relacionar com outras pessoas – situação que piorou nos últimos tempos, com o assassino se isolando de familiares. Ele teria ado os últimos meses planejando o crime, mas encontrou dificuldades em se armar para executá-lo.
“Em um primeiro momento, ele tinha a intenção de atacar pessoas que convivam com ele na escola. Tentou adquirir uma arma de fogo de várias formas, mas não conseguiu. Com isso, achou que não daria conta de enfrentar os rapazes com uma arma branca. Isso mostra que o ato foi ainda mais covarde, porque optou descarregar esse ódio em pessoas que não tinham nada a ver com ele”.
Ainda segundo as investigações, as armas foram compradas pela internet e foram entregues na casa do criminoso cinco dias antes do atentado. No dia do ataque, ele teria ido trabalhar normalmente e voltado para casa no intervalo. De lá, foi até a creche e cometeu o crime bárbaro.
“Ele queria matar o máximo possível de pessoas”, disse o delegado. “Agiu com esse objetivo. E estava com pressa. Ele tentava entrar numa sala e não conseguia, então ia correndo pra outra sala porque estava com pressa. Ele itiu tudo e precisa ser responsabilizado pelos crimes cruéis que cometeu”.
Crimes semelhantes
Os trabalhos de investigação foram realizados com ajuda de agências de inteligência de outros estados, bem como nacionais e internacionais – incluindo investigadores dos Estados Unidos. Segundo o delegado, os trabalhos impediram que crimes semelhantes acontecessem em pelo menos outros quatro estados brasileiros.
“A extração de dados dos equipamentos do autor do crime. impediu ações semelhantes em quatro estados”, destacou. “Não tinha ligação. Mas o que foi extraído permitiu verificar que outras pessoas tinham intenções semelhantes. Em razão da troca de informação, outros estados puderam agir e impedir resultados semelhantes. Os casos estão agora sob investigação nos seus respectivos estados”.
O autor dos ataque, que confessou ter planejado o crime sozinho, segue preso de maneira preventiva no Presídio Regional de Chapecó. Ele foi indiciado por cinco homicídios triplamente qualificados e pela tentativa de homicídio triplamente qualificado.