As Olimpíadas começaram em 1896.
Em Atenas na Grécia.
Nove modalidades foram disputadas: atletismo, ciclismo, esgrima, ginástica, halterofilismo, luta, natação, tênis e tiro.
Com 14 países: Alemanha, Austrália, Áustria, Bulgária, Chile, Dinamarca, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Irlanda, Grécia, Hungria, Itália, Suécia e Suíça.
Os Estados Unidos conquistaram a maioria das medalhas de ouro (11), enquanto a nação anfitriã, ganhou o maior número de medalhas no geral (46), terminando com um ouro a menos, que fez a diferença na classificação final.
Começava a supremacia ianque, mesmo com uma ou outra derrota no decorrer da história.
Como a de 1900, em Paris.
Quando a França foi a campeã.
Já em 1904, a sede escolhida foi Saint Louis.
Por causa da grande distância transoceânica, vários países da Europa não comparecerem.
O número de inscritos se limitou a 12 nações.
Os anfitriões, disparados, venceram.
Foram 231 medalhas (76 de ouro) contra 15 da Alemanha e 6 do Canadá.
Foi no Missouri que pela primeira vez foram entregues aos vencedores as medalhas de ouro, prata e bronze, como hoje conhecemos.
1908/Londres.
Foi em casa que a Grã-Bretanha, pela primeira e única vez, liderou o quadro de medalhas em uma Olimpíada.
Total: 145.
Sendo 56 de ouro, mais do que o dobro de seus perseguidores diretos, os americanos.
A maratona foi disputada pela primeira vez no percurso de 42.195 metros – que se mantém até hoje – para que a família real pudesse acompanhar a largada da prova dos jardins do Palácio de Verão, fazendo assim com que a distância a ser percorrida, ganhasse mais 2.195 metros, além dos 40 km originais.
1912/Estocolmo.
1º lugar: Estados Unidos.
2º: Suécia.
Portugal fez a sua estreia, onde um atleta de sua delegação teve a fatalidade de proporcionar a mais triste nota da competição: o jovem fundista Francisco Lázaro, carpinteiro de apenas 22 anos, morreu de desidratação e ataque cardíaco após correr 30 quilômetros da maratona.
Os Jogos de 1916 não foram realizados, devido à Primeira Guerra Mundial.
Seriam em Berlim na Alemanha
1920/Antuérpia.
A cidade foi escolhida em forma de homenagem ao sofrimento do povo belga durante a guerra.
29 países na disputa – foi a estreia do Brasil.
Com 19 atletas.
O atirador e oficial do Exército Brasileiro, Guilherme Paraense, conquistou nossa primeira medalha de ouro, no tiro, na pistola rápida/30 metros.
O paraense conseguiu a façanha com uma arma emprestada de seu adversário norte-americano, pois as levadas pela equipe foram furtadas durante a viagem de navio até a Europa.
O Brasil também ganharia mais duas medalhas no tiro: uma de prata com Afrânio da Costa e uma de bronze, por equipe.
Também foi a primeira vez em que se hasteou a bandeira olímpica – branca com cinco anéis no centro que representam os cinco continentes.
Além disso, pombos foram soltos para simbolizar a paz.
Além do juramento do atleta.
Estados Unidos na liderança geral.
Seguidos dos suecos.
Brasil em 15º lugar.
De lá para cá, o Brasil teve desempenho pífio.
Em 1924, em Paris, nenhuma medalha.
O Brasil não viajou para Amsterdã em 1928.
A crise econômica que o país atravessava impediu que houvesse recursos suficientes para enviar uma delegação.
1932/Los Angeles.
Nossa participação foi constrangedora por causa da Guerra Civil da Revolução Constitucionalista de 1932, que desviou toda a atenção do país durante os meses de julho, agosto e setembro, e logicamente da delegação, que tinha nos atletas de São Paulo, principal estado revoltoso, suas maiores esperanças.
A saga para a Califórnia faz parte dos anais mais folclóricos e humilhantes do esporte brasileiro, quando a maioria dos seus atletas, sem recursos pessoais para custear a viagem e sem ajuda do Comitê Olímpico Nacional – que bancou a ida de diversos dirigentes e seus familiares, num prelúdio de como seria istrado o esporte do país nos anos seguintes – foram obrigados a viajar no cargueiro Itaquicê, junto a 45 mil sacas de café.
Consequentemente tiveram de vender o produto durante paradas intermediárias do navio, a fim de pagarem seus custos.
Os que não conseguiram, foram proibidos de participar dos Jogos.
Apenas 45 dos 83 atletas selecionados puderam competir.
Como resultado, obviamente, nenhuma medalha.
1936/Berlim.
A delegação brasileira tinha 94 atletas.
Destaque para Maria Lenk e João Havelange na natação.
Porém, não subiu ao pódio em nenhuma ocasião.
A Alemanha superou os norte americanos no quadro de medalhas (89 x 56).
Os Jogos Olímpicos de 1940 e 1944 não foram sediados por causa da 2ª Guerra Mundial.
Voltaram em 1948, em Londres.
Quando o Brasil conseguiu uma medalha de bronze com o basquete masculino.
A Alemanha e o Japão, agressores e perdedores da guerra recém findada, não foram convidados.
1952/Helsinque.
O saltador paulista Adhemar Ferreira da Silva foi o grande nome do Brasil na Finlândia.
Conquistou o ouro no salto triplo e quebrou o recorde olímpico e mundial três vezes.
José Telles da Conceição ficou em 3º lugar no salto em altura e bateu o recorde sul-americano.
Outra medalha de bronze veio nos 1500 metros livres da natação, por Tetsuo Okamoto.
1956/Melbourne.
Adhemar Ferreira da Silva se tornou o primeiro bicampeão olímpico do país, no salto triplo.
Foi nosso único ouro na Austrália.
1960/Roma.
Dois bronzes.
Do basquete masculino.
E da natação com Manoel dos Santos Júnior nos 100 metros livres.
1964/Tóquio.
Uma única medalha de bronze.
Novamente com o basquete masculino.
O momento mais simbólico do evento foi a entrada no estádio, carregando a tocha olímpica, do jovem Yoshinori Sakai, de 19 anos, nascido em Hiroshima no dia 6 de agosto de 1945, o mesmo dia em que a bomba atômica foi detonada sobre a cidade.
Sua escolha foi uma homenagem às vítimas do holocausto nuclear e um apelo à paz mundial.
1968/Cidade do México.
Uma prata: com Nelson Prudêncio no salto triplo
Dois bronzes: com Servílio de Oliveira no boxe, Reinald Conrad e Bukhard Cordes no iatismo.
1972/Munique.
Dois bronzes na Alemanha.
Nélson Prudêncio no salto triplo e Chiaki Ishii, judoca japonês, naturalizado brasileiro desde 1969.
1976/Montreal.
Duas medalhas de bronze no Canadá.
No salto triplo por João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, e pelos iatistas Reinaldo Conrad e Peter Ficker.
1980/Moscou.
O Brasil ganhou duas medalhas de ouro e duas de bronze, e terminou em 17° lugar, seu melhor desempenho em Olimpíadas até então.
Primeira colocação no iatismo.
Com Alexandre Welter e Lars Bjorkstrom na classe Tornado.
Marcos Pinto Rizzo Soares e Eduardo Penido, na classe 470.
Terceira posição para João do Pulo.
Além da equipe de natação formada por Jorge Fernandes, Marcus Mattioli, Ciro Delgado e Djan Madruga no revezamento 4 x 200m livre.
A ginasta Nadia Comăneci, de apenas 14 anos, foi a grande estrela, sendo a primeira atleta da história a receber a nota perfeita de 10,0 neste esporte, nas barras assimétricas.
A nota teve que ser apresentada nos placares eletrônicos do ginásio como 1,00, pois até então, os números da ginástica não eram fabricados com dois dígitos antes da divisão da fração, já que a nota 10 era considerada impossível.
A romena conquistaria três medalhas de ouro e receberia nada mais nada menos que outras seis notas 10 dos jurados.
Los Angeles/1984.
O maior número de medalhas: 8.
Mas só uma de ouro.
Por meio de Joaquim Cruz, campeão dos 800 metros rasos, que derrotou o até então imbatível recordista mundial da prova Sebastian Coe, da Grã-Bretanha.
5 pratas:
Futebol masculino (perdeu a final para a França).
Vôlei masculino (derrotado pelos Estados Unidos).
Vela (Daniel Adler, Ronaldo Senff e Torben Grael).
Natação (Ricardo Prado nos 400m medley).
Judô (Douglas Vieira).
Mais dois bronzes no judô.
Para Luiz Onmura e Walter Carmona.
Como atração Marcelo Greuel.
O primeiro blumenauense a disputar uma Olimpíada.
O ciclista completou a a prova 1.000 metros contrarrelógio em 12º lugar.
1988/Seul.
1 ouro: Aurélio Miguel no judô.
2 pratas: Joaquim Cruz nos 800 metros rasos e futebol masculino, superado pela União Soviética.
3 bronzes: Robson Caetano nos 200 metros rasos, Clinio Marcelino de Freitas Neto e Lars Grael na vela classe tornado, Nelson Falcão e Torben Grael na vela classe star.
72 anos depois chegamos a Barcelona e ainda continuamos com uma performance medíocre.
Somente dois ouros.
Vôlei masculino e judô com Rogério Sampaio.
E uma prata na natação: Gustavo Borges nos 100m livre.
1996/Atlanta.
Uma melhora substancial.
12 medalhas ao todo.
3 ouros.
Vela: Robert Scheidt/laser.
Torben Grael e Marcelo Bastos Ferreira/Star
Jaqueline Silva e Sandra Pires no vôlei de praia.
3 pratas:
Basquete feminino.
Gustavo Borges na natação.
Adriana Samuel e Mônica Rodrigues no vôlei de praia.
9 bronzes:
Futebol masculino.
Vôlei feminino.
Hipismo.
Natação – Fernando Scherer e Gustavo Borges.
Judô – Aurélio Miguel e Henrique Guimarães.
Atletismo – revezamento 4 x 100m masculino.
Vela – Lars Grael e Kiko Pelicano.
2000/Sydney.
Nenhum ouro.
6 pratas:
Revezamento 4 x 100m rasos masculino.
Judô -Tiago Camilo e Carlos Honorato.
Vôlei de Praia – Ricardo e Zé Marco.
Vôlei de Praia – Adriana Behar e Shelda Bedê.
Vela – Robert Scheidt.
6 bronzes na Austrália.
Basquete feminino.
Vôlei feminino.
Hipismo.
Vôlei de praia – Adriana Samuel e Sandra Pires.
Natação – Revezamento 4 x 100 livre masculino.
Vela – Marcelo Ferreira e Torben Grael.
2004/Atlanta.
5 ouros.
Vôlei masculino.
Hipismo – Rodrigo Pessoa.
Vela – Robert Scheidt.
Vela – Marcelo Ferreira e Torben Grael.
Vôlei de Praia – Emanuel Rego e Ricardo Santos.
2 pratas:
Futebol feminino.
Vôlei de Praia – Adriana Behar e Shelda Bedê.
3 bronzes:
Atletismo – Vanderlei Cordeiro de Lima/maratona.
Judô – Leandro Guilheiro e Flávio Canto.
2008/Pequim.
Outros 3 ouros.
Vôlei feminino.
Atletismo – Maurren Maggi/salto em distância.
Natação – César Cielo.
4 pratas:
Futebol feminino.
Vôlei masculino.
Vela – Robert Scheidt e Bruno Prada.
Vôlei de Praia – Márcio Araújo e Fábio Luiz Magalhães.
10 bronzes:
Futebol masculino.
Judô – Ketleyn Quadros, Leandro Guilheiro e Tiago Camilo.
Natação – César Cielo.
Taekwondo – Natália Falavigna.
Vela – Fernanda Oliveira e Isabel Swan.
Vôlei de Praia – Ricardo Santos e Emanuel Rego.
Atletismo – revezamento 4 x 100m feminino.
Atletismo – revezamento 4 x 100m masculino.
2012/Londres.
3 ouros, para variar.
Vôlei feminino.
Ginástica – Arthur Zanetti.
Judô – Sarah Menezes.
5 pratas:
Futebol masculino.
Vôlei masculino.
Natação – Thiago Pereira.
Vôlei de Praia – Alison Cerutti e Emanuel Rego.
Boxe – Esquiva Falcão.
9 bronzes:
Judô – Felipe Kitadai, Mayra Aguiar e Rafael Silva.
Natação – César Cielo.
Vela – Robert Scheidt e Bruno Prada.
Vôlei de Praia – Juliana Silva e Larissa França
Boxe – Adriana Araújo e Yamaguchi Falcão.
Pentatlo moderno – Yane Marques
2016/Rio.
7 ouros (recorde).
Futebol masculino.
Vôlei masculino.
Judô – Rafaela Silva.
Salto com Vara – Thiago Braz.
Boxe – Robson Conceicção.
Vela – Martine Grael e Kahena Kunze.
Vôlei de Praia – Alison e Bruno Schmidt.
6 pratas:
Tiro – Felipe Wu.
Ginástica Artística – Diego Hypólito e Arthur Zanetti.
Canoagem – Isaquias Queiroz.
Canoagem – Isaquias Queiroz e Erlon Silva.
Vôlei de Praia – Ágatha Bednarczuk e Bárbara Seixas.
6 bronzes:
Judô – Mayara Aguiar e Rafael Silva.
Ginástica Artística – Arthur Nory Mariano.
Natação – Poliana Okimoto.
Canoagem – Isaquias Queiroz.
Taekwondo – Maicon Andrade.
2020/Tóquio.
O melhor desempenho da história.
21 medalhas.
7 ouros.
Futebol masculino (batermos a Espanha).
Ginástica Artística – Rebeca Andrade.
Surf – Ítalo Ferreira.
Vela – Martine Grael e Kahena Kunze.
Boxe – Herbert Conceicção.
Canoagem – Isaquias Queiroz.
Maratona Aquática – Ana Marcela Cunha.
6 pratas:
Vôlei feminino.
Skate – Rayssa Leal.
Surf – Kelvin Hoefler e Pedro Barros.
Boxe – Beatriz Ferreira.
Ginástica – Rebeca Andrade.
8 bronzes:
Judo – Daniel Cargnin.
Natação – Fernando Scheffer.
Judô – Mayra Aguiar.
Tênis – Laura Pigossi e Luisa Stefani.
Natação – Bruno Fratus.
Atletismo – Alison dos Santos e Thiago Braz.
Boxe – Abner Teixeira.
2024/Paris.
3 ouros:
Judô – Beatriz Souza.
Ginástica Artística – Rebeca Andrade/Solo.
Vôlei de Praia – Ana Patrícia Ramos e Duda Lisboa.
7 Pratas:
Futebol feminino.
Atletismo – Caio Bonfim/Marcha Atlética 20 km.
Judô – Willian Lima.
Ginástica Artística – Rebeca Andrade/Individual.
Ginástica Artística – Rebeca Andrade/Salto.
Surf – Tatiana Weston-Webb.
Canoagem – Isaquias Queiroz.
10 Bronzes:
Vôlei feminino.
Ginástica.
Judô.
Judô -Larissa Pimenta.
Boxe – Beatriz Ferreira.
Surf – Gabriel Medina.
Skate -Rayssa Leal e Augusto Akio.
Atletismo – Alison dos Santos/400m com barreiras.
Taekwondo – Edival Pontes.
Desde 1920, os atletas brasileiros somam participações em 20 edições Olímpicas, conquistando 170 medalhas, sendo 40 delas de ouro.
Que resume, no caso da medalha mais cobiçada, a uma única disputa dos Estados Unidos, a última, agora em Paris, para ser mais exato.
No total, os norte-americanos têm 2.679 medalhas.
São os recordistas absolutos.
É covardia e injusto comparar os números.
Serve de reflexão.
E indignação.
Emerson Luis é jornalista. Completou sua graduação em 2009. Trabalha com comunicação desde 1990 quando começou na função de repórter/setorista na Rádio Unisul – atual CBN. Atualmente é apresentador, repórter, produtor e editor de esportes do Balanço Geral da NDTV Blumenau. Na mesma emissora filiada à TV Record, ainda exerce a função de comentarista, no programa Clube da Bola, exibido todos os sábados, das 13h30 às 15h. Também é boleiro na Patota 5ª Tentativa